Filosofia e a certeza de um Deus

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A existência de um Deus criador já esta fincada em nossa cultura tal como a existência das camadas invisíveis de gases que nos circundam. Crer nessa realidade é mais racional do que descrer. A própria filosofia de Descartes, são Anselmo e ate mesmo Platão posicionam-se frente a realidade de algo superior e criador do homem.
Sendo  a filosofia a própria razão, o ponto por onde se chega ao conhecimento e a verdade, pode se concluir que ela esta diretamente ligada a algo mais elevado que a capacidade humana.  Descartes ressalta que  a verdade absoluta só se encontra em Deus e somente Deus a possui. Logo se necessita inicialmente daquele que a possui para poder encontrá-la.
Como a filosofia pretende compreender a essência do homem sem compreender de onde este homem veio e qual a sua finalidade no mundo?  O inicio de tudo esta em algo desconhecido, mas real. O homem quanto criatura possui uma finalidade na qual um ser anterior a preconizou. Tudo possui uma finalidade  e ela pressupõe uma “inteligência primeira” a quem pode-se considerar como divina, já que o próprio homem não o é capaz disto.
 As idéias e palavras não estão a mercê de cada individuo individualizado, mas estão na mente de Deus a posteriori na humana.  Uma idéia que comanda as demais, a idéia inteligível, que pode ser caracterizada como o “argumento da marca impressa”, na qual a teoria de que existe  um Deus perfeito não pode ter partido senão de um próprio pensamento implantado por esse Deus  em nós para conhecermos a razão pela verdade.
Antes mesmo de Descartes o famoso argumento ontológico de santo Anselmo propõe a existência de Deus: sendo ele algo tão grande e divino, não há então como refutar que seja real. No entanto se compreendermos por este ponto de vista,  é possível ,por exemplo, que exista uma ilha perfeita, sendo tão perfeita que deveria para não diminui-la existir. Santo Anselmo contrapõe a tentativa de refutação indicando que tal argumento só é valido para Deus: o único perfeitamente perfeito. Deixa claro que nada é maior que o Deus perfeito a qual propõe explicar. 
Não há como negar que algo grandioso e inteligível exista antes de nós. "Negar a existência de Deus ou a criação do mundo, por exemplo, era cair no erro, pois tal negação ameaçava toda a origem, não apenas a filosofia", seria desmentir que partimos de algo, ou afirmar que nascemos ser sermos planejados ou termos uma finalidade, e que a filosofia tambem saiu de um ponto anterior a pequenez intelectual humana. 
Em diversos períodos esse Ser é apresentado na filosofia, no entanto, com denominações distintas: logos para os estóicos, uno para os neoplatônicos, Deus para os escolásticos ou mesmo uma substancia para Spinoza. Platão por exemplo, não assumiu a idéia de um Deus, porém acreditava na idéia do bem, demiurgo,  que se confunde com um próprio Deus, já que é a verdade,  “o Autor cósmico de todas as coisas belas e corretas, Pai da luz”, uma divindade que esta a cuidar o homem. Ele cita ainda, ao defender o conceito de divindade das crenças pagas da época, que "Deus, e não o homem, é a medida mais elevada de tudo" e que “ninguém filosofa entre os deuses” mostrando a ignorância do homem mediante grandeza e sabedoria do que ser deífico.
Ate mesmo a teoria do BigBang (teoria dos cosmos) ressalva que determinadas forças se uniram em uma proporção matemática que já era válida antes de se manifestarem. Todas os fenômenos da natureza expressão proporções matemáticas que nascem antes da existência do cosmo original. O logos divino  preexiste da própria realidade do cosmo.
Assim, a ideia de que haja um ser que opera a orientar as ações no mundo, não foge a certeza de que ele age em nossos pensamentos mais diretos na busca da verdade proposta pela filosofia. Compreender ou não sua existência é relativo a verdade de que inegavelmente ele exista independente da designação ou certeza que receba.

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